Dia do Cacau
O Dia do Cacau é celebrado hoje, 26 de Março, justamente próximo da Páscoa! Além de celebrar a fruta, a data foi instituída para as pessoas saberem da importância do cacau no Brasil. O objetivo é revitalizar, valorizar e estimular a sustentabilidade da lavoura cacaueira, pois todas as etapas da produção exigem um trabalho minucioso e árduo e nada mais justo do que reconhecer os trabalhadores rurais do cacau.
Origem
O cacau nasceu nas regiões da América Central e do Sul. O cacau era considerado divino por suas propriedades medicinais, sendo apreciado em rituais e oferecido aos deuses. Não é à toa que o nome científico do cacau é Theobroma cacao, ou seja, a bebida dos deuses.
Os astecas desenvolveram as primeiras receitas de chocolate por volta de 1400, quando dominaram os Maias. Eles preparavam uma bebida à base de cacau, pimenta, água, mel e especiarias que atendia pelo nome de xocoatl (que significa “água amarga”) ou cacauhalt (água do cacau). Ao longo dos anos, a receita passou por muitas alterações, chegando na base sólida que conhecemos e amamos.
Como se faz o chocolate?
Retirada das amêndoas ou sementes do cacau: elas são as principais matérias-primas do doce. Cada cacau possui de 20 a 50 sementes;
Secagem: possuem alto teor de gordura e água. Por isso, elas precisam secar ao sol durante oito dias. Deve-se reduzir os níveis de umidade de 60% para 7% e é importante virar periodicamente as sementes para garantir que sequem uniformemente;
Torrefação: as amêndoas são levadas à fábrica e passam pela máquina de torrefação. Lá, acontece um processo de aquecimento que elimina toda a umidade e contribui para o desenvolvimento da cor, aroma e sabor;
Trituração: as sementes são resfriadas e encaminhadas para o triturador, que retira a casca das amêndoas;
Prensagem: a massa passa pela máquina da prensagem, que separa o ingrediente em dois produtos: a manteiga de cacau e a torta de cacau;
Mistura: homogeneização e transformação em uma pasta;
Refinação: nos cilindros de refinação, os cristais de açúcar da mistura são triturados e quebrados em pequenas partículas. É isso que deixa a textura do doce melhor e sua consistência mais mole. Nesse processo, determina-se a qualidade do chocolate;
Concha: aparelhos mantêm a massa em movimento, retirando a acidez e a umidade do chocolate. Depois, ele segue para um outro instrumento com o objetivo de fazer o doce passar por diversas trocas de temperatura. Nele, cristaliza-se a manteiga de cacau e a pasta alcança a consistência ideal para ser moldada;
Moldagem: a pasta de chocolate é colocada em fôrmas para que adquira o aspecto desejado. Depois, os chocolates são resfriados até ficarem sólidos e estarem prontos para a embalagem.
*Importante lembrar que este costuma ser o processo padrão de grandes fábricas, mas pode sofrer alterações.
Curiosidades sobre o cacau
O cacau já foi um produto considerado mais valioso do que a prata e o ouro. Quando os primeiros navios espanhóis chegaram na América do Sul, os exploradores descobriram que os indígenas não se importavam tanto com a prata ou o ouro da mesma maneira que valorizavam o cacau, que sempre foi considerado pelos nativos uma das oferendas mais importantes aos deuses Maias;
O cacau é responsável por conter um volume relativamente alto de antioxidantes em sua concentração, responsáveis por controlar o efeito dos radicais livres em nosso organismo, evitando o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, degenerativas e até alguns tipos de câncer. Mas, para se beneficiar deles, é mais interessante consumir chocolates feitos com maior concentração desse ingrediente (como os mais amargos) ou então o uso da fruta nas suas receitas;
Apesar do cacau ser cultivado inicialmente na Amazônia, foi na Bahia que teve um alto índice de produtividade e sucesso. A cidade responsável por abastecer o país com essa mercadoria era Ilhéus, tanto que em 1820 ela era considerada a capital do cacau. Mesmo após a praga que atingiu a região em 1989 e devastou praticamente todas as plantações da região, a Bahia se reergueu e ainda é responsável por produzir cerca de 95% do cacau originário no Brasil.